Faz tempo que não venho aqui.
Deixar algo inacabado não é bom.
Por isso resolvi encerrar o diário, que não era tão diário.
Algumas coisas aconteceram que me tiraram a vontade de continuar escrevendo.
Eu creio que Deus tem propósitos em todos os acontecimentos.
Aqui,nesse pequeno terreno onde nasci e vivi todos esses anos é a minha vida. Cada centímetro, cada grão de terra está impregnado de minha existência. Então o trabalho do desapego tem sido muito doloroso para mim. Tentei desapegar criando um jardim. Que não deu certo. Penso em algumas razões do meu insucesso, minha falta de habilidade no cultivo, o excesso de sombra produzido pela mangueira,a mistura de hortaliças com plantas ornamentais entre outros. A mistura de tomateiros, kalanchoes, alho poró, roseiras, margaridas, alface,comigo-ninguém-pode,mira,jardineira... não deu muito certo. Virou uma Babel botânica. srsrsr. Mas sinceramente creio que o problema não foi esse. E sim a necessidade de desapegar, de largar, de deixar. Desisti do meu jardim, que eu dizia que queria deixar para quem comprasse esse terreno, mas na verdade era uma maneira de me agarrar com unhas e dentes a esse pedaço de terra onde minha história foi escrita, não está sendo fácil. Mas é necessário. Viver é uma grande aventura. Temos que nos reinventar todos os dias. Não dá tempo de ficar parado, olhando para o próprio pé.
É isso. Hora de pegar a mochila, jogar nas costas e ver o que a Vida preparou para nós. É preciso coragem para recomeçar. O novo sempre me deixa com o coração gelado. Mas depois a gente se acostuma ou não.